Será que é demasiado tarde?

Foram tantas e tantas as vezes que comecei a escrever este texto e de todas elas, acabei sempre por riscar, rasgar a folha, colocá-la no lixo e pura e simplesmente virar costas.

Sim, já toda a gente sabe, que sou muito à antiga, e que escrevo sempre em papel. Daí é que passa tudo para esta caixinha mágica que tenho à minha frente.

Sem ser os textos que tenho por obrigação escrever, não me lembro da última vez que escrevi alguma coisa, com intenção de realmente a publicar. E isto aconteceu de um momento para o outro, e eu costumo dizer que alguma luz se apagou em mim.

Quando penso, claramente nisso, percebo que essa luz se apagou, porque eu permiti que assim fosse. Tantas vezes escrevi que devemos remar contra a maré, que não devemos ter vergonha de nós próprios, que não devemos desistir e no final das contas, quem desistiu fui eu.


Desisti um pouco de mim. Talvez de uma das partes mais importantes de mim e através da qual melhor me consigo exprimir.

Os motivos? Bem, são simples e claros. Um turbilhão de acontecimento assolou a minha vida e eu deixei de acreditar em mim.

Sabem quando dizia que não me importava de remar sozinha, contra tudo e todos? Afinal, não era bem assim. Deixei-me levar e fui basicamente atropelada, pela vida. Ou melhor, por pessoas.

Quando uma coisa assim nos acontece e deixamos de acreditar em nós, começamos a duvidar das nossas capacidades e a questionarmos o certo e o errado, é difícil darmos a volta!

"Sou só eu! Porque raio as pessoas haveriam de querer ler o que escrevo? Será que ao menos sei escrever? Que ridículo, nada do que escrevo faz sentido!"

Posso estar aqui horas, com isto, mas já não vai mudar nada.

Sabem o que mudou? É que agora tanto faz!

Quando desligamos das opiniões dos outros, dos olhares dos outros, das vidas dos outros e olhamos para dentro de nós, percebemos que tanto faz.

No final do dia, as pessoas que realmente têm uma vida, quando deitarem a cabeça na almofada, vão pensar nas suas coisas, nos seus problemas, nas suas conquistas, no seu dia-a-dia e não vão estar preocupadas a pensar nas vidas dos outros!

Quando voltamos a acreditar em nós, depois de momento em que a nossa "luz" se apagou, não interessa mais nada.

O valor que queremos que as outras pessoas nos atribuam? Somos nós mesmos que temos de nos dar.

A aprovação que queremos dos outros? Somos nós que temos de nos dar.

E o medo que temos de não sermos suficientes? Basta sermos suficientes para nós.

O resto? Tanto faz.

Deixem que falem, que critiquem, que julguem e que menosprezem.

Errar todos erramos. Ninguém é um exemplo perfeito.

Quando quero escrever, escrevo o que sinto, certo ou errado. Escrevo por mim e para mim. Isto serve para a escrita e para todas as outras coisas da vida.

É assim que tem de ser.

A vida é demasiado breve para pensarmos demasiado nas coisas.

Portanto, basicamente é isto! Querem um conselho?

Não se importem. Façam o que têm vontade. Nunca se arrependam de tentarem, fracassem as vezes que forem necessárias até conseguirem, mudem de opinião quantas vezes quiserem e mais importante de tudo, não deixem de ser quem vocês são. Mudem o quanto quiserem, melhorem o máximo que conseguirem, mas vivam a vida de forma leve.

Um dia acaba tudo.

Esse dia pode ser daqui por muitos anos (E ESPERO QUE SIM). Mas também pode ser hoje.  

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