Pré-conceito

O preconceito ou pré-conceito

Caros leitores, sei que a maioria das pessoas que estão neste momento a ler este artigo já sofreram na pele aquilo a que costumo chamar de pré-conceito, isto é, uma dedução que a maioria das pessoas faz sobre quem realmente os outros são, e deduzem isto apenas através do olhar, como se as roupas que usamos, os anéis que colocamos ou a maquilhagem mais carregada, pudessem falar por nós. Como se o nosso exterior fosse o suficiente para sermos julgados, como se o interior fosse um reflexo daquilo que os olhos conseguem ver. O pior, é que nada disto transmite aquilo que é a realidade.

O mundo precisa de ser um lugar melhor, mas não é o mundo que está mal, são as pessoas. O mundo não pode mudar por si mesmo, as pessoas é que podem mudar o mundo. Podem não ser maldosas umas com as outras e isso irá certamente tornar cada lugar, um lugar melhor.

As aparências iludem. Nem todos que são mais fortes fisicamente comem sem parar e nem todos que são magros fazem dieta. Há condicionantes, e cada um de nós, não é absolutamente ninguém para comentar o estado físico dos outros.

Nem todas as pessoas que choram são infelizes e nem todos os sorrisos indicam felicidade. E cabe-nos a nós, a cada um, colocar-se no lugar do outro. Refletirmos, se iriamos sentir-nos bem, ao ouvirmos aquilo que estamos a pensar dizer!

O pré-conceito de que as pessoas de uma cor diferente da nossa são inferiores, ou de que todos as pessoas de cor negra sabem fazer uma determinada coisa, de que todos os brancos são iguais uns aos outros, de que os homens usam azul e as mulheres usam cor-de-rosa, nada disso corresponde à verdade! As mulheres usam azul, rosa, vermelho ou o que lhes der na gana! Os homens usam azul, rosa, vermelho ou o que lhes apetecer! Não existem roupas, penteados, estilos de vida ou personalidades apropriadas a pessoas de raças diferentes. Cada ser Humano é diferente, felizmente, e é aquilo que bem entender! Sem qualquer tipo de preconceito, se um homem gosta de um homem ou uma mulher gosta de uma mulher. Isso não são opções de cada um, é o coração, a falar na sua forma mais pura, o amor.

Não interessa a religião a que cada um de nós pertence, se acreditamos em um Deus ou mais, se todos os Domingos vamos à igreja. De que adianta irmos à igreja ao Domingo e falarmos mal dos vizinhos o resto da semana? A fé, a nossa religião está no nosso coração, nos actos que praticamos e nos sentimentos que espalhamos. E não é a religião de cada um, que define quem as pessoas são.

Não interessa ter uma casa enorme e um carro de luxo, se quando abrirem o frigorífico, estiver vazio. Não interessa ter uma casa enorme, um carro de luxo, o frigorífico cheio, mas ter o coração vazio. Nunca, em momento algum, os bens de uma pessoa, determinam quem essa pessoa realmente é, ou a dimensão da sua felicidade. Porque muitas vezes as pessoas que mais bens têm, são na realidade, as que menos têm aquilo de que verdadeiramente se precisa: amor, carinho, amizade e paz!

Às vezes fico tão surpreendia com a forma como o mundo avança, como se desenvolve e depois fico triste como em alguns assuntos ainda somos tão retrógradas, tão atrasados e tão mesquinhos. Fico perplexa, com as atitudes das pessoas, como ainda somos tão preconceituosos!

Se por um momento conseguíssemos entender a dimensão do universo e percebêssemos que na realidade somos um pequeno grão de areia, talvez pudéssemos deixar de nos achar tão importantes, aliás, importantes não é a palavra. Talvez pudéssemos deixar de nos acharmos tão superiores. Não somos superiores a nada, nem a ninguém.

Cada dia que passa, fico mais feliz, por perceber a diversidade de pensamentos, por perceber que somos tão diferentes que só assim nos completamos uns aos outros. Se soubéssemos como somos sortudos por sermos todos tão diferentes, e por termos o privilégio de conviver entre todos nós.

A base de tudo é a compreensão, uma mente aberta e ter um coração carregado de amor, pelos outros.

Ser diferente não é um problema, o problema é ser tratado de forma diferente. Por um mundo, onde cada pessoa seja aceite, com todas as suas diferenças.

Mariana Carvalhais Araújo

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