Rabisco

É um facto comprovado que tenhamos a idade que tivermos vivemos numa constante aprendizagem. Existe sempre alguma coisa para aprendermos e que nos ajuda a melhorar enquanto familiares de alguém, nas nossas relações, no nosso trabalho e basicamente enquanto seres humanos.

Uma das coisas que aprendi nos últimos tempos é que é extremamente proibido deixarmo-nos levar com a corrente, porque é mais fácil, porque na altura parece o melhor ou porque talvez seja assim que temos de viver para sobreviver. Sim, sobreviver...é que viver às vezes parece um daqueles filmes de ação do Chuck Norris, que em cada esquina está uma encruzilhada e é porrada por todos os lados.

O resultado de me deixar levar...foi acabar por deixar de escrever. E se agora penso que não quero mais ficar tanto tempo, como estive, sem escrever, na altura pensei que nunca mais o iria fazer, que não conseguiria.

Sabem quando acontece uma situação em que vocês ficam tão desiludidos, tão tristes e a única coisa que querem é não pensar sobre o assunto mesmo que isso implique deixar as cicatrizes ao sol, a curarem por si próprias? Sabem quando a vida vos desilude tanto que parece que por dentro, alguma luzinha se apagou? Então, comigo foi assim.
Às vezes acabas por te iludir, por pensar que vais receber aquilo que dás e acontece precisamente o contrário. Tantas e tantas vezes as pessoas só nos usam, mas depois quando deixamos de servir, colocam-nos de lado, ou então quando passamos a causar certos constrangimentos, passamos de bestiais a bestas. É precisamente isto.

Sei que pode parecer uma estupidez, mas ter deixado de escrever criou uma tempestade dentro de mim. E a tempestade só foi aumentando com o passar do tempo, porque apesar de ser importante para mim que as pessoas se identifiquem com o que escrevo, é ainda mais importante conseguir expressar aquilo que sinto. A minha forma de me expressar, é escrever.
Raramente penso naquilo que as pessoas querem ler, tenho a certeza que ainda tenho muito para melhorar, sei que há pessoas que não se identificam e tudo bem!

Escrever é uma forma de interagir e de exprimir quem sou, mas para isso, não preciso ter alguém que me diga sobre o que posso ou não escrever. Não posso ter amarras ou "obrigações". Escrever tem de ser simples, tem de ser bom e basicamente tem de ser uma lufada de ar fresco.

Apesar disto tudo, também tenho de ser sincera, acabei por perceber que a vida não tem culpa de nada disto. Não é a vida que no impinge um caminho ou uma escolha, não é a vida que nos obriga a termos determinadas atitudes e quando conseguirmos todos perceber isto, vamos entender tudo.
A culpa é das pessoas, porque nós somos os seres humanos, que possivelmente são mais seres do que humanos.

 
É isto que falta, humanidade e empatia. Conseguirmo-nos colocar no lugar do outro e percebermos o quanto conseguimos magoar, ferir e maltratar com uma frase ou uma atitude. Entendermos que podemos mudar a vida das pessoas para melhor, mas que é ainda mais fácil ajudarmos a destruir a vida de alguém.
Para um de nós pode ser fácil seguir em frente, levantar a cabeça, sorrir e continuar, mas para muitos, depois de tantas e tantas pancadas, é difícil reerguer.

Então, se estamos em constante aprendizagem, vamos aprender a colocarmo-nos no lugar do outro, vamos pensar se gostaríamos que nos fizessem aquilo que fazemos, vamos pensar como seria para cada um de nós ficarmos sem chão e erguermo-nos do zero.

Vamos cometer muitos erros ainda, mas vamos tentar não destruir ninguém com os nossos erros, porque é extremamente delicado e difícil apanhar todos os cacos do chão e reconstruimo-nos, acreditem! 

Crie o seu site grátis! Este site foi criado com a Webnode. Crie o seu gratuitamente agora! Comece agora