Reflexão

A criança humilde, simples e feliz que foste, teria orgulho no adulto que te tornaste? Teria orgulho nas tuas atitudes, nas tuas palavras, no caminho que foste percorrendo ao longo do tempo para chegar até ao ponto onde estás hoje? A criança que foste teria enfrentado os problemas porque passaste de outra forma? Ou teria feito exactamente o mesmo?

É incrível o quanto podemos mudar ao longo das nossas vidas, é incrível o quanto vamos do oito ao oitenta. É incrível irmos ao baú da memória buscar aos recordações mais fantásticas e percebermos, ou pelo menos tentarmos perceber, se a felicidade pura que sentíamos na nossa infância, continua a ser pura na vida adulta! Ou melhor, se sequer continuamos a ser felizes... Se continuamos a ser felizes no meio de tanta etiqueta, de tanto fingimento, de tantas falsas boas maneiras, no meio de tanta hipocrisia...

A vida passa e obriga-nos a crescer. Obriga nos a ser fortes e muitas das vezes a mudar. Mas isto não é desculpa, não é a vida que nos obriga a magoar os outros, não é a vida que nos obrigada a ser falsos, a ser dissimulados, a não olhar a meios para atingir os fins, isso são as escolhas de cada um, isso é pura e simplesmente uma questão de consciência.

Muda com a vida, mas não te tornes alguém de quem tens vergonha. Não te tornes alguém incapaz de andar na rua de cabeça erguida.

Por vezes é necessária uma reflexão, por vezes é necessário estarmos apenas e só com nós mesmos e nos perguntarmos:

As crianças que nós fomos, teriam orgulho nos adultos que nos tornamos?!